Muitos temem as bandeiras vermelhas e o marxismo como o diabo teme a cruz, só falando do “marxismo cultural”, que de fato está à espreita minando as bases do Ocidente, já extremamente flagelado pela falta de Deus.

Poucos são aqueles que percebem a real profundidade do problema, e o fato de que o Comunismo não é senão um sintoma de um problema maior, uma reação desordenada a um mal que o antecedeu na história, mas que poucos tiveram a perspicácia de abordar com a mesma fartura de linhas que o Comunismo recebeu. No livro “O Pensamento Revolucionário de Plínio Salgado” podemos ler as seguintes linhas:

O maior dos comunistas não pertence ao Comintern ou ao Cominform, ao Consomol ou a outras organizações do partido de Lênin. O maior dos comunistas não pertence sequer às linhas auxiliares que abrem carta de crédito à propaganda mar­xista e cobrem com sua aparente ingenuidade as manobras do imperialismo vermelho. O maior dos comunistas nunca foi a um Congresso de Viena, nunca assinou o apelo de Estocolmo, nunca tomou parte nas manifestações coletivas pró “petróleo é nosso” ou contra o acordo militar Brasil-Estados Unidos.”

E ainda:

Mas, apesar de todas essas ne­gativas, é hoje, como foi sempre e como continuará a ser, o maior, o mais eficiente de quantos comunistas andam pelo mun­do pregando a doutrina de Marx e a técnica de Lênin. Porque o maior dos comunistas do mundo é o Espírito Capitalista.”¹

Como ressalta o Chefe Plínio Salgado, os sistemas Capitalista e Comunista sustentam um ao outro e são nada mais do que duas faces de um materialismo grosseiro, que inevitavelmente empurra os proletários a revoluções sucessivas e cada vez mais desagregadoras. O liberalismo, aliado ao Capitalismo, cria um ambiente de instabilidade e insegurança nas relações de trabalho ao suprimir de maneira cada vez mais clara os direitos trabalhistas em nome da lucratividade, da ganância e da usura. Afasta o homem do convívio familiar e dos grupos naturais ao transformá-lo em soldado das linhas de produção intermináveis, torna difícil o cumprimento dos deveres religiosos, coloca a economia e o lucro como fins em si mesmos quando estes deveriam servir a humanidade e ajudar o homem a conhecer a Deus, a amá-Lo e a praticar as virtudes que d’Ele são emanadas e entregues generosamente aos que o buscam.

 A conseqüência deste sistema é a sombria revolução socialista, razão pela qual o Papa Pio XI declara categoricamente na Encíclica DIVINIS REDEMPTORIS que “O liberalismo preparou o caminho ao comunismo”, nas seguintes palavras:

Mas, para mais facilmente se compreender como é que puderam conseguir que tantos operários tenham abraçado, sem o menor exame, os seus sofismas, será conveniente recordar que os mesmos operários, em virtude dos princípios do liberalismo econômico, tinham sido lamentavelmente reduzidos ao abandono da religião e da moral cristã. Muitas vezes o trabalho por turnos impediu até que eles observassem os mais graves deveres religiosos dos dias festivos; não houve o cuidado de construir igrejas nas proximidades das fábricas, nem de facilitar a missão do sacerdote; antes pelo contrário, em vez de se lhes pôr embargo, cada dia mais e mais se foram favorecendo as manobras do chamado laicismo. Aí estão, agora, os frutos amargosíssimos dos erros que os Nossos Predecessores e Nós mesmo mais de uma vez temos preanunciado. E assim, por que nos havemos de admirar, ao vermos que tantos povos, largamente descristianizados, vão sendo já pavorosamente inundados e quase submergidos pela vaga comunista?”

Aqueles que buscam combater o Comunismo opondo a ele as idéias liberais estão apenas a continuar o giro da roda das revoluções modernas. Hoje em dia não é raro observarmos que o socialismo com sua nova roupagem marcusiana faz uso de pautas liberais quando lança seu clamor amaldiçoado em defesa das “liberdades individuais”, das “diversidades”, do “sexo livre”, do transsexualismo, da destruição dos critérios que definem a família, da legalização de drogas e de todos os vícios e desordens morais.

Poder-se ia dizer que há uma discordância de nível econômico entre as duas correntes, no entanto, muito embora isto seja verdade na maior parte do mundo, a China, um país cuja estrutura política é Comunista, faz uso agressivo da economia de mercado para sustentar seu crescimento hediondo, chegando até mesmo a submeter os operários chineses a cargas de trabalho opressivas.

Cumpre ressaltar também que todas as revoluções vermelhas contaram com amplo financiamento de cartéis maçônico-sionistas e de entidades ligadas ao sistema financeiro. Isto é amplamente documentado e conhecido.

Conhecendo então a profundidade do tema, e sabendo que o liberalismo e o capitalismo são a força motriz geradora de condições para as revoluções socialistas, o soldado Integralista deve com absoluta certeza recusar a adesão a qualquer uma destas doutrinas, se esforçando para compreender e defender a Doutrina Social da Igreja e a economia justa, estudando as obras de Plínio Salgado e de tantos outros doutrinadores brilhantíssimos; deve se armar com a espada da verdade e a armadura do conhecimento e da justiça contra as falácias dos inimigos da Pátria, sejam eles entreguistas liberais ou depravados que servem ao novo socialismo, que de tamanha perversidade envergonharia até o mais entusiasta dos comunistas da velha guarda soviética.

Somente uma síntese contrária a estas doutrinas materialistas e unilaterais pode trazer ao Brasil o progresso e a verdadeira justiça, sem prejudicar a classe dos empresários e sem esmagar os trabalhadores que tanto sofrem em meio aos conflitos de ideologias burguesas e modernas.

Somente o Integralismo compreende a realidade sobrenatural dos homens, e a necessidade superior da espiritualidade e da Fé. Só o Integralismo enxerga o homem em sua totalidade e não faz dele um mero ‘cidadão-eleitor’ pagador de impostos e escravo da ambição inescrupulosa de uma classe empresarial tão imoral quanto a classe política.

Deus, Pátria e Família!

Anauê!

César Maciel

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