Companheiros.

De tempos em tempos, algum escrevinhador imbecil, quase sempre se arvorando em “historiador”, vem a público afirmar que o Integralismo é fascista ou nazista. Sempre repelimos essas acusações infundadas, provenientes de comunistas e outros degenerados morais e intelectuais, mas, elas se repetem constantemente e com a cobertura da grande mídia controlada pelo Poder Econômico. Assim, resolvemos reproduzir aqui um Documento da década de 30, um trecho de uma Obra de Gustavo Barroso, em que este Líder Integralista e autêntico Historiador esclarece a questão definitivamente.

Sérgio de Vasconcellos.

Integralismo, nazismo e fascismo

Gustavo Barroso

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Ao internacionalismo individualista do século passado, quer permita a hipertrofia do indivíduo isolado ou em grupos com o capitalismo, quer dissolva o indivíduo na massa, deixando-lhe somente os interesses individuais, com o bolchevismo, sucede o universalismo personalista das doutrinas denominadas fascistas, as quais, na essência, respeitam a liberdade e a dignidade da pessoa humana, e se universalizam pelo seu espiritualismo. (…).

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De todos os movimentos de caráter fascista, e assim os denominamos por falta de expressão mais apropriada para a sua generalidade, o Integralismo Brasileiro é o que contém maior dose de espiritualidade e um corpo de doutrina mais perfeito, indo desde a concepção do mundo e do homem à formação dos grupos naturais e à solução dos grandes problemas materiais. Surgindo depois de Mussolini e de Hitler, ele afirma mais fortemente o primado do espírito e mais alto se eleva, doutrinariamente, para as verdades Eternas que cintilam na aurora dos novos tempos.

O Integralismo defende os princípios básicos da civilização cristã ocidental. Como esses princípios fundamentam todos ou quase todos os chamados fascismos, naturalmente com eles se cruza o Integralismo aqui e ali. Os ignorantes em questões filosóficas e sociais ou os de má fé poderão confundi-los. Os que os estudam e conhecem sabem que há diferenças essenciais no modo de considerar as questões, as quais se refletem, na prática, no modo de resolvê-las.

Tomemos como exemplo o Integralismo, o Fascismo Italiano e o Nazismo Alemão. Os três têm os seguintes pontos de contato: No terreno espiritual, são reações do espiritualismo contra o materialismo, do nacionalismo contra o internacionalismo, do idealismo cristão contra o naturalismo judaico puritano1. No terreno econômico, são reações da produção contra a especulação, da propriedade contra o capitalismo absorvente. No terreno social, são reações contra as doutrinas unilaterais dos séculos XVIII e XIX, liberalismo e comunismo. No terreno moral, são reações do nobre sentido de trabalho honesto e sacrifício do cristianismo contra o sentido do gozo material e do utilitarismo sem honra da burguesia judaizada e paganizante.

Todos três condenam as forças ocultas que dominam o Estado2, querem o Corporativismo, mantêm o direito de propriedade, afirmam a soberania econômica, adotam a economia de plano, defendem a pátria, garantem a família, detestam a usura e organizam as hierarquias.

Separam-nos, no entanto, diferenças profundas. O Fascismo se enraíza na gloriosa tradição do Império Romano e sua concepção do Estado é cesariana, anticristã. O estado nazista é também pagão e se baseia na pureza da raça ariana, no exclusivismo racial. Apoiado neste, combate os judeus. O Estado Integralista é profundamente cristão, Estado forte, não cesarianamente, mas cristãmente, pela autoridade moral de que está revestido e porque é composto de homens fortes. Alicerça-se na tradição da unidade da pátria e do espírito de brasilidade. Combate os judeus, porque combate os racismos, os exclusivismos raciais, e os judeus são os mais irredutíveis racistas do mundo3.

No fundo, o Fascismo, entroncando-se na tradição romana, reveste-se dum caráter cesáreo e pagão. Cultua o super-homem nitzscheano, que é a pianta uomo de Alfieri, prendendo-se à hipertrofia dos grandes tipos do Renascimento. Do mesmo modo, o Nazismo, estatuído sobre a tradição racial nórdica, toma um feitio nitidamente odínico. Rende preito à força bárbara de invasão dos godos antigos. O Integralismo traz em si o idealismo de três raças: o sonho das tribos andejas dos tupis em busca duma terra feliz, o sonho da libertação dos escravos arrancados aos sertões longínquos, o sonho de glória e riqueza dos conquistadores e bandeirantes audazes. A benção do jesuíta uniu todos debaixo da mesma cruz. Dos Guararapes ao Aquidabã, o sangue de todos os uniu no mesmo destino. O seu culto é a cruz que juntou as três raças e os três sonhos.

O Estado Corporativo Brasileiro é uma verdadeira democracia orgânica, pois resulta dos sufrágios dos sindicatos, federações e corporações. A base do Estado reside na Família. Das Famílias nasce o Município. E os Sindicatos se organizam nos Municípios. A organização vem debaixo para cima, nasce do próprio povo.O Estado Corporativo italiano já não é assim. O impulso parte de cima. É o governo quem tudo organiza até o âmbito familiar, de onde o movimento organizador volta novamente ao Estado, como um reflexo. O mesmo se dá mais ou menos no Estado Corporativo nazista.As corporações na Itália e na Alemanha refletem o Estado; no Brasil, produzem o Estado.

Estudando-se bem as três doutrinas, verificar-se-á que o Integralismo está num ponto em que não pode se aproximar do Fascismo e do Nazismo sem perda de expressão; mas em que ambos podem evoluir até ele.

(Transcrito das págs. 13 até 18 de “O Integralismo e o Mundo” – 1ª edição – Rio de Janeiro – Civilização Brasileira – 1936 – 290 págs.)

***

Notas do Blog “Integralismo”:

[1] Aqui cabe uma primeira observação, pois, tal afirmação e a seguinte, sobre o naturalismo burguês, prestam-se maravilhosamente aos deturpadores das idéias alheias… Nestas duas passagens, Gustavo Barroso não está fazendo mais do que seguir a opinião de Max Weber, que faz surgir o Capitalismo de uma determinada concepção protestante – o calvinismo -, entendendo-a como a retomada de certos valores supostamente pertencentes à Religião Judaica.

[2] Aqui – e em duas outras passagens mais adiante -, Barroso labora em grave equívoco: O n.-socialismo jamais defendeu o corporativismo e, uma vez instalado no Poder, uma de suas primeiras medidas foi abolir os Sindicatos, sem os quais não pode existir o Corporativismo moderno.

[3] Aos leitores apressados e superficiais, tal declaração de Barroso pode parecer uma confissão de anti-semitismo ou de anti-judaismo. Mas, leiamos com atenção: Barroso está fazendo um contraponto em relação ao nazismo, isto é, enquanto na Alemanha hitlerista os judeus são combatidos por razões raciais, no Brasil, o Integralismo combateria os judeus exatamente por serem racistas. Barroso condena implicitamente o exclusivismo racial alemão, e explicitamente o racismo judaico. Ora, Barroso acreditava na existência deste último, e hoje sabemos o quanto de prevenção existe nesta crença. De qualquer forma, ele não pode ser acusado de racista, uma vez que sua crítica dirigia-se justamente ao racismo! Enfim, o ponto fundamental do parágrafo é a condenação de todo e qualquer racismo pelo Integralismo.

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