Nossa ideia de Plano Nacional

Como atingir a solução para o Brasil.

Pior do que o problema em si, muitas vezes, são as soluções irreais que lhe são propostas. As pessoas querem resolver seus problemas na mesma velocidade com que buscam uma curiosidade nalgum mecanismo de pesquisa na internet.

Estamos na era do imediatismo; a ansiedade do clique, o instante de audição da música nova, a promoção e venda dos espetáculos e “lançamentos”, as “lives”, a vida subordinada a uma “nuvem” desconhecida, mística, benévola e sempre pronta potencializam no presente momento os vícios já naturais à humanidade.

E se muitos são ansiosos e descuidados no que se trata de suas vidas pessoais, imaginemos como não seriam, quando se trata de analisar e propor soluções aos grandes problemas nacionais!

É desse tipo de espírito de imediatismo e de ansiedade que muitas ideologias surgem. E quanto mais esse fenômeno ideológico se repete, mais o debate público se empobrece.

As discussões políticas atuais são baseadas em concepções generalizantes e superficiais; às vezes, isso se soma com alguma idolatria relacionada a político A ou B. Nessas discussões, resolver os problemas do Brasil é tão fácil quanto pronunciar as soluções mágicas — e tão rápido quanto.

Daí as “mitadas” instantâneas, os falsos “posicionamentos” impostos, as ondas de publicidade coordenada, os linchamentos virtuais e os “cancelamentos”, todos produtos de uma pobreza de preparo político ─ pobreza que vem sendo semeada pelos próprios intelectuais e pesquisadores que a tudo pretendem rotular e diminuir, que ignoram a nobreza dos antepassados e do próprio pensamento Brasileiro.

Quer tornar o Brasil uma perfeita sociedade?
Os liberais têm uma solução: privatizem tudo!
Os socialistas têm uma solução: estatizem tudo!
Os monarquistas têm uma solução: deem o poder a um Rei!
Os cesaristas têm uma solução: concentrem o poder num homem só!
Os anarquistas têm uma solução: acabem com a ordem e a autoridade!
Os feministas têm uma solução: acabem com o patriarcado!
Os destrutivistas têm uma solução: ignorem a Tradição!

E assim por diante vão surgindo grupos e mais grupos ideológicos, sugerindo suas frases mágicas, balançando suas línguas injuriosas como varas de condão, idiotamente crentes de que tudo pode se resolver assim, todavia o Brasil, embora tantos debates e tantas discussões igualmente reducionistas que a Democracia Liberal é capaz de produzir, continua numa situação periclitante.

Já os integralistas dizem que não há problemas apartados, individuais, ou parciais. Os problemas são sequenciais.

É um grande problema integral, o que significa que ele é manifestado em variadas searas, dividindo-se em tentáculos, cada um adquirindo suas próprias características e necessitando de diferentes remediações e prevenções. Nada será resolvido num raciocínio maniqueísta. Só os integralistas reconhecem que os problemas possuem nuances, instâncias, minúcias, detalhes maçantes.

Cria-se Brasil afora um discurso simplista e sedutor, travestido de alguma roupagem ideológica. Um discurso que facilmente engana qualquer revoltado que está ávido por esperanças, mesmo que sejam as mais enganosas e as mais impossíveis.

Enquanto o debate público se resume a soluções mágicas, os integralistas falam da necessidade de se haver um Plano Nacional. Isso mesmo: um Plano Nacional. Este termo, nós é que podemos compreender em sua totalidade e em seu significado mais profundo.

Nada se faz sem planejamento; nada de duradouro e bom, pelo menos. E um planejamento só tem sucesso quando desde as bases de seu raciocínio e de seu alcance até, consequentemente, sua estrutura geral, estão bem rijas e sedimentadas na realidade, partindo duma visão integral.

Um Plano Nacional é necessário. Mas um que seja abarcador, total. Um que parta de uma concepção correta do homem e do Estado, isto é, de uma Filosofia verdadeira que recaia sobre o monte de confusões das quais sofre o Brasil, como um manto translúcido que proporciona a quem vê, com clareza, uma capacidade de compreensão passível de desvendar os mistérios em cada minúcia e compreender cada consequência sua.

O Brasil precisa de um Plano Nacional, de uma direção, de uma força harmonizadora, estruturante — o que só o Integralismo é capaz de oferecer-lhe, pois tudo isto está contido em sua perspectiva filosófica, do mesmo modo em sua metodologia política.

As resoluções do Brasil estão no Integralismo, não porque ele proponha uma só solução, mas porque ele propõe um raciocínio perfeito, capaz de alcançar os diversos problemas e chegar às suas respectivas soluções, sempre levando em conta suas continuidades, seus desenvolvimentos, e suas minúcias aparentemente insondáveis.

E quando digo raciocínio perfeito, não quero dizer que nossa doutrina está estática, parada no tempo, sem que haja chance de acompanhar as novidades. Digo estritamente no sentido de que a forma como vemos o mundo parte de uma concepção que busca se estender a toda a realidade até onde consiga chegar nossa inteligência, deixando a possibilidade de acompanhar a marcha do tempo, sem perda de qualidade.

As ideologias tentam reduzir o alcance da inteligência humana a aspectos abstraídos da realidade que depois não são sintetizados com os demais. Tomam um ou outro quadro e buscam conformar as outras coisas segundo a compreensão desses. Esse não é o método integralista. Aquele método é parcial; o nosso é integral ─ e por isso foi dito sobre este último que se trata de um raciocínio perfeito. Porque se nos permitimos analisar um quadro específico, não podemos nos esquecer de situá-lo em seu contexto, sintetizando seus valores e suas implicações com tudo aquilo que está ao seu redor e que de alguma forma possa influenciá-lo ou sofrer dele alguma influência. Isso só pode ser feito com forte coesão e direcionamento, exatamente como expliquei no capítulo Nacionalismo, só no Integralismo.

Nós propomos a organização do Brasil não como mentes iluminadas que dizem ter a solução de tudo. O que propomos é que as coisas devam ser resolvidas dentro dessa perspectiva integral e atendendo aos impositivos de suas nuances, com pessoas capacitadas, tendo a liberdade de agir em suas próprias funções, a seu modo e se autogerenciando, mas, claro, em conformidade com as demais intervenções dos outros grupos.

A certeza de nossa proposta assim é porque somos pessoas conscientes de que o todo não vai se resolver pela parcialidade, pois não faz sentido focar em ajeitar um erro enquanto ignora, por incapacidade, por desleixo, todo o resto.

De qualquer forma, isso precisa ser esclarecido:
O Brasil não melhorará se o que tivermos em mente for apenas um plano político institucional, enquanto a questão moral for deixada às traças;
O Brasil não melhorará se os programas instaurados forem sempre remediativos, curtos e mal aplicados;
O Brasil não melhorará enquanto os pretensos nacionalistas não pararem de considerar os problemas nacionais somente sob o aspecto econômico, nisso eles não se diferem nem dos liberais nem dos marxistas;
O Brasil não melhorará enquanto seu remédio for deixado à escolha do sufrágio universal individualista, enquanto os partidos estiverem tirando à sorte seu futuro.

O futuro do Brasil está na Revolução integral. Não numa revolução por armas, mas por almas. Levando sempre em conta que a participação popular, a aprovação do povo, é indispensável no desenvolvimento de um plano nacional. A concepção de Revolução Integralista não corresponde ao uso da violência como ferramenta política, nem pretende ferir os princípios democráticos.

Golpes, tramóias, conspirações, enfim, não fazem parte da ação política do integralismo – rejeitamos tudo isso veementemente.

O plano nacional que propomos só pode ser feito num Estado suficientemente organizado para tal – corporativo, hierárquico, harmônico, consciente. E quem confundir essa nossa determinação com proposta ditatorial, facilmente já teve os neurônios substituídos por minhocas.

Não adianta, e a história nos prova isso, tentar resolver os problemas com autoritarismos vazios ou falcatruas, pois todas as soluções que embora de certa forma tenham funcionado caem assim que o governante muda ou quando qualquer paradigma importante é expirado. O absolutismo só é outra forma de preguiça política.

Por isso, martelo muito que o plano nacional deve estar sustentado em bases sólidas. Ora, as soluções não podem estar sustentadas em si mesmas; não podem existir como se fossem um detalhe indiferente ditado por algum grupo, ou por alguma pessoa.

As soluções devem vir de forma planejada e consciente, e não devem nem podem estar limitadas a figuras específicas, mas, no entanto, em apoio consciente popular, habilitado, harmonizado com as direções dos que estiverem em posições de liderança, dos que sejam técnicos ─ e isto é impossível no regime liberal.

É algo que só uma organização corporativa pode realizar, e esta organização necessária ao Brasil encontra-se no Integralismo – visto sua filosofia abarcadora, sua antropologia arraigada fielmente ao nosso ethos, sua consciência histórica e infinitas outras qualidades que o Integralismo Brasileiro arregimenta em si.

Jonas de Mesquita
Rio Grande do Norte

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