Alguns marxistas travestidos no meio Nacionalista, bem como alguns ingênuos ludibriados, afirmam, a todo tempo, que o marxismo/comunismo está morto e que se deve lutar tão somente contra o liberalismo.

Nós somos adeptos de uma Terceira Alternativa Política e, por isso, somos críticos ao liberalismo e ao marxismo, mas o que interessa, neste momento, é a seguinte questão: é correto afirmar que o marxismo está morto quando temos em pleno funcionamento e exercendo grande influência, principalmente no meio midiático e acadêmico, partidos como PCdoB, PSOL e PT, todos de base marxista? A resposta só pode ser uma: NÃO!

Ora, só em razão da existência destes partidos políticos, sendo que o Partido Comunista chegou ao segundo turno nas eleições presidencias do ano passado, exercendo grande influência e até mesmo exaltando a falida União Soviética e celebrando a Revolução Russa, já se faz necessária a elaboração de críticas ao comunismo/marxismo. Isso sem falar de alguns países vizinhos que têm nítida influência marxista. Mas, para os propagadores da mentira/loucura descabida de um onipotente e onipresente rival – o liberalismo – todos esses partidos são “liberais”*, toda a loucura progressista é exclusivamente “liberal”, a Escola de Frankfurt é “liberal” e o marxismo – que eles tendem, de forma pensada, a dar um ar heroico – não existe mais, foi encerrado com o fim da URSS.

Deixamos, então, para quem diz que lançar críticas ao marxismo/comunismo é “bater em cachorro morto” o seguinte desafio: saiam de seus esconderijos e vistam uma camisa com o símbolo da foice e do martelo riscado e vão para uma universidade, de preferência pública, num dia de encontro de jovens universitários. No mínimo, serão excluídos. No mínimo!

Outro argumento, também falacioso, é o de que a “nova esquerda” anda de mãos dadas com o grande capital e por isso não pode ser chamada de comunista. Besteira! Seja a esquerda contemporânea, sejam os bolcheviques, ambos tiveram por trás as grandes finanças. A Revolução Russa foi financiada por banqueiros como Jacob Schiff e pela família Warburg, assim como a ‘newleft’ é financiada por mega-especuladores como George Soros e tem quase todas as grandes corporações midiáticas a seu favor. Mudam as estratégias e os nomes, mas o super-capital sempre está por trás da esquerda, sempre com a mesma e fixa ideia: a subversão de tudo que é belo, produtivo e espiritual, além, claro, de fome por poder e dinheiro.

Portanto, não é real a afirmação de que o marxismo/comunismo está morto. Claro que a sua ameaça não se dá mais nos moldes soviéticos – e qualquer um com um mínimo de senso de observação consegue verificar isso -, mas a sua subversão cultural encontra campo aberto para fecundação no liberalismo, gerando os absurdos que estamos presenciando nos dias de hoje: ideologia de gênero, aborto, feminismo, inversão de valores etc.

Já sobre o símbolo do comunismo, a foice e martelo, é inegável que o mesmo ainda é idolatrado e utilizado por boa parte da esquerda, mesmo que seja a mais burguesa e cirandeira, o que, por si só, justifica a manutenção de críticas ao emblema marxista. Ademais, se tais esquerdistas se autodenominam marxistas/comunistas, não são pessoas que fingem não serem marxistas/comunistas que devem dizer quem é ou não seguidor de tão destruidora ideologia. Os próprios sinistros é que devem saber o que eles são ou não.

Então, assim como não devemos cair na narrativa “neocon” de ser o comunismo/socialismo moderno o único inimigo, também devemos descartar a narrativa ludibriadora russófila de ser o liberalismo a única ideia que devemos combater. Ambas ideologias devem ser expostas.

Por fim, deixamos aos que mentem, mentem e mentem para atenderem a ideologias externas e interesses específicos, frases do próprio Marx, na obra mais prática e popular do marxismo, O Manifesto Comunista, mais especificamente no tópico “Proletários e comunistas”, que deixam claro que os absurdos pós-modernos que vivenciamos hoje nada mais são do que um dos possíveis desdobramentos do marxismo, que, como se sabe, não se limita ao campo econômico:

“Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados com essa infame intenção dos comunistas.
Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? Sobre o capital, sobre o lucro privado.
(…) A família do burguês cai naturalmente com a queda desse seu complemento, e ambos desaparecem com o desaparecimento do capital.
Censurai-nos por querer abolir a exploração das crianças por seus próprios pais? Confessamos esse crime.
Mais dizeis que abolimos as mais sublimes relações ao substituirmos a educação doméstica pela educação social.
(…)
Mas vós, comunistas, quereis introduzir a comunidade das mulheres, grita-nos toda a burguesia em coro.
O burguês vê na própria esposa um simples instrumento de produção
(…)
O casamento do burguês é, na realidade, a comunidade das mulheres casadas. Portanto, no máximo seria possível acusar os comunistas por desejarem substituir uma comunidade de mulheres hipocritamente dissimulada por outra comunidade franca e oficial.”

por Associação Civica e Cultural Arcy Lopes Estrella – ACCALE

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